Que tipo de terapeuta será se não se tratar de si primeiro?


Ao contrário do que se pensa, ser Terapeuta não é uma condição imediata resultante de se tirar um Curso, de possuir um Curriculum ou de se Exercer. 

Ser Terapeuta é aquele que se trabalhou a si mesmo e que trabalha continuamente em si mesmo. É aquele que sabe que cada paciente traz em si uma forma de chegar à Luz e não impõe dogmas nem regras de sucesso. 

É aquele que não se abandona em prol da ajuda aos outros. 

É aquele que se valoriza e que se prioriza, para além de todo o resto. 

É, essencialmente alguém que sofreu e que compreendeu com Consciência o sofrimento e o mecanismo que o levou a ele. 

O Terapeuta é alguém que quis deliberadamente conhecer o mundo da Escuridão e o da Luz para na sua liberdade pessoal poder escolher qual o mundo a habitar eternamente. 

É alguém que viveu na sua própria sombra, a mostrou aos outros e a esgotou. 

É alguém que viveu os opostos em si e se reconheceu como uma pessoa integra. 

É alguém que não se preocupa com a falsa perfeição do SER, é alguém que é genuíno, que faz por amor, que É por prazer de ser. 

É finalmente alguém que vive na sua LUZ por opção autêntica e não pelo medo da escuridão ou através de ensinamentos dogmáticos.

Um verdadeiro Terapeuta vive intensamente e está atento a si e ao mundo a cada momento para desta forma se construir na sabedoria da sua própria experiência. 

Ninguém se torna Terapeuta na verdadeira essência do SER olhando para fora. 

♥ ♥ ♥
"Uma pessoa infeliz não pode ajudar as demais, e, se o fizer, apenas estará a contaminá-las com a sua infelicidade. 

Uma pessoa que vive na escuridão não pode ajudar as demais, e se o fizer estará a semear sombras em vidas alheias. 

Uma pessoa que não exala um bom perfume não pode partilhar a sua fragrância com os outros. Que fragrância partilharia, nesse caso, se não existisse qualquer fragrância, e se o que existe é um tremendo mau cheiro? Apenas podemos partilhar aquilo que efectivamente temos. Assim, se estamos enfurecidos, apenas podemos partilhar raiva. 

Se somos gananciosos, apenas poderemos partilhar a ganância. 

Se somos lascivos, apenas poderemos partilhar a luxúria. 

Apenas podemos partilhar o que temos. É impossível partilhar aquilo que não se tem. 

É fundamental que não esqueçamos este pressuposto básico. 

Assim, o primeiro passo é a meditação, e o segundo é a compaixão. A primeira coisa é ajudar-se a si próprio. Neste sentido, preconizo o egoísmo absoluto, pois a minha observação e experiência demonstraram-me que se uma pessoa tiver a capacidade para ser verdadeiramente egoísta, esse egoísmo acaba por geral altruísmo. Aliás, o verdadeiro altruísmo só pode ser gerado dessa forma. Não há outra forma. Uma pessoa verdadeiramente egoísta é aquela que procura, de todas as formas ao seu alcance, ser plena e tranquila. Uma pessoa verdadeiramente egoísta é aquela que procura encontrar Deus por si própria. A sua preocupação é absolutamente egoísta. Uma tal pessoa não se ocupa senão de si mesma, ou seja, não se preocupa com a pobreza no mundo, com os enfermos, os idosos e afins. Apenas se ocupa de um único aspeto. 

Assim, aponta para o interior, em direção a esse ponto fixo a partir do qual se operam as transformações profundas na vida. A partir do momento em que se chega a esse ponto fixo, o processo adquire simplicidade, e desenrola-se através da compaixão, do serviço e da ajuda. Aí, sim, já se podem ajudar os demais. Há uma alegria a partilhar, e, por outro lado, não é o ego que dinamiza esses atos de ajuda. Por outras palavras, uma vez atingido esse estado de harmonia interior, quem ajuda não tende a sentir-se melhor ou mais especial do que os comuns dos mortais. As coisas são simplesmente feitas com alegria. 

A compaixão não serve para fortalecer o ego, porque o ego já foi transcendido. O ego extinguiu-se irreversivelmente por via da meditação. Um ser humano desprovido de ego pode ajudar tremendamente. Em contrapartida, os alegados benfeitores da humanidade, bem como os missionários e afins, são seres altamente perniciosos. Na verdade, prejudicam mais do que quaisquer outras pessoas. Cuidado!" 

OSHO

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