E a primavera chegou, livre, destemida com toda a sua força e inundou os prados e campos. E as pessoas não estavam lá. 

E as flores foram capazes de florescer e de se multiplicar, talvez pela primeira vez sem medo. E os pássaros e as andorinhas vieram e inundaram os céus. E as pessoas não estavam lá. 

E eles foram capazes de construir os seus ninhos pela primeira vez, talvez sem medo das suas vidas e das suas crias. E os peixes chegaram aos mares e oceanos e nadavam livremente e despreocupados. E as pessoas não estavam lá. 

E eles foram capazes de chegar às margens, talvez pela primeira vez, sem medo de viver no seu ambiente natural. E o cervo, o cervo e todas as outras criaturas vivas entraram na floresta, acasalaram e cresceram. E as pessoas não estavam lá. 

E eles foram capazes de pastar, rosnar, brincar pela primeira vez sem medo. E o vento veio do norte, limpo, seco e refrescante. E as pessoas não estavam lá. 

E ele foi capaz de passar por cidades e vilarejos limpando-os, talvez pela primeira vez, sem medo de ser infetado e mudar a sua composição. E o grande oceano veio, o governante dos mares, rios e lagos, e ele viu a vida a crescer dentro dele. E as pessoas não estavam lá. 

E ele provavelmente se sentiu tão limpo pela primeira vez, sem o medo de lixo e plástico. E o céu veio, azul e brilhante. E com ele vieram os chuviscos com água da chuva cristalina. E as pessoas não estavam lá. 

E talvez pela primeira vez ele tenha conseguido brilhar tão intensamente, sem medo de que o seu arco-íris ficasse sujo. 

E quando tudo isso acabar, por favor, cria uma nova realidade, mais prudente, porque TU precisa sdeste planeta, e não o contrário. E as pessoas estarão lá novamente. E nas suas escolhas será visto se o planeta inteiro terá medo delas.